terça-feira, 14 de outubro de 2008

Scaffold Bird: "Visible"



Scaffold Bird acaba de pousar em terra e anuncia que Visible está terminado, prestes a circular pelo mundo afora. O ep de quatro temas mais um, o último é um single edit de "Awake in a Halo", foi gravado nos estúdios Lounge Records, em Torres Vedras e produzido por Pedro Moreira.

Depois de algumas repetições na audição do ep identifica-se claramente uma divisão em termos sonoros.
"Soft Rain" e "Silent Dream" são dois temas mais melancólicos e mais atmosféricos do que os outros dois. "Visible" e "Awake in a Halo" transparecem a tendência mais pesada da banda. Se nas primeiras a abordagem desperta para o lado mais viajante que as melodias suscitam, a segunda parte do álbum representa a vertente mais progressiva e metal dos SB.
O que temos aqui é um primeiro ep que resume a capacidade criativa desta banda, que faz despoletar a curiosidade para próximas gravações. É sem dúvida um trabalho interessante, mas que ainda não consegue demarcar um limite sem pisar nas suas influências mais óbvias, Opeth, Katatonia e Porcupine Tree. De qualquer maneira estas influências não invalidam o trabalho realizado, porém crê-se que teriam mais a ganhar se seguissem a linha mais personalizada das duas primeiras faixas.
Os Scaffold Bird tocaram nalguns palcos da Grande Lisboa e a verdade é que têm recebido algum feedback não só dos portugueses como também dos ouvintes que visitam o myspace a partir de vários pontos do mundo, especialmente da Europa do norte.

Um projecto interessante que começa a compor novos temas a partir de Dezembro com o regresso do vocalista e guitarrista Cláudio Lousada que neste momento se encontra na Suécia.

Podem encomendar o ep e ouvir duas músicas de Visible: http://www.myspace.com/scaffoldbird

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Tráfego em Secret Chiefs 3



Façamos das imagens as nossas palavras: deu para ouvir muito bem e deu para ver muito mal. No entanto não deixamos de salientar que foi grande concertão!
Haverá uma próxima mas mais sossegada ou uma próxima numa sala maior? Agradecemos a entrada dos Secret para a sala pela parte da frente e à Amplificasom pelo óptimo trabalho.

domingo, 22 de junho de 2008

Memórias de Catacombe




Na simplicidade da realização das “coisas”, encontram-se tesouros raros e preciosos.

No tempo onde a era digital não imperava, a música, assim como outras coisas, chegava-nos fora de horas.

Hoje andamos na rua e não sabemos que o vizinho do lado faz música sozinho: uma guitarra, um software, uma mesa, um pedal e emoções que se convertem em sons.

Chega-me a casa Memoirs, as memórias de Pedro Sobast, em seis estágios de Catacombe.

Prelude, tal como o nome indica, é o prelúdio do que vai acontecer – uma viagem que memoriza carícias, incómodos, revoltas e curiosidades.

A guitarra chora Playground Ghosts e anda descompassadamente pelo vale, à procura de paisagens bonitas para escrever palavras que se repetem e dizem a mesma coisa, vezes sem conta, acabando sem fôlego.

Vozes de criança, gritos de fundo remetem World’s End Girlfriend com notas simplificadas prontas a personalizar Memoirs.

O pós-rock de Catacombe não coloca barreiras na interacção com o ouvinte; desenrola uma partilha de sons com quem tem pressa de criar paisagens idílicas.

Em Memoirs, o também guitarrista de Lonney Tones, dedica-se sem relógio à partilha de memórias com quem pretende recriar as suas próprias.

Memoirs foi tocado e produzido por Pedro Sobast e posteriormente masterizado por Paulo Lopes, guitarrista dos Crushing Sun, no Soundvision Studios.

Agora que temos trabalho registado, Catacombe está pronto para receber músicos que se introduzirão para comover memórias.

Aproveitem para ouvir algumas músicas que constam no Memoirs: www.myspace.com/catacombeband

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Concerto de Diamanda Galás na Casa da Música


(Não foi autorizado tirar fotografias no espectáculo de Diamanda Gálas na Casa da Música).

Algum tempo depois, o concerto que a deusa/diabo Diamanda Gálas deu no passado dia 9 deste mês, na Casa da Música, é já recordado com alguma saudade e dúvida.
O piano encontrava-se ainda sozinho no meio do palco e mal se viam os focos acesos que lhe estavam apontados.
Pouco tempo depois, uma mulher enigmática entra com passos de pessoas habituadas a pisar palcos. Não diz nada, senta-se e domina o piano com notas que não cabem em canções, aceita mais depressa as notas graves que as agudas. Vestida de negro, cabelo para além das costas. Os focos quase que a transformam numa sombra, como fundo um cenário minimalista.
A sua voz delira sons de animais, escalas que poucos conseguem atingir, cantos de sereia e graves saídos de túmulos fechados. A senhora cantou Guilty Guilty Guilty com a experimentação vocal que a distingue e, ainda, ressuscitou Edith Piaf.
Galás continua a assustar os mais sensíveis ao terror com as suas divagações vocais e ambientes sombrios, são poucos os que deixa entrar no seu mundo desiludido pelo amor. Cada música sua demora o tempo que a mesma determina no palco.

Na revista Terrorizer, numa entrevista a Diamanda, a própria revela algum descontentamento em relação a algumas palavras que Mike Patton proferiu sobre as suas prestações em palco, algo como: Diamanda não improvisa ou não sabe improvisar, quando ele era, no tempo da sua juventude, um dos que se sentavam na primeira fila nos anos 90, para assistir aos seus espectáculos.
Se o que Mike Patton disse é dado como verdade então há que desmentir porque se há coisa que esta mulher bem crescida sabe explorar é o improviso. Galás não se limita às estruturas de cada trabalho seu porque o mais importante para esta mulher de sangue grego é misturar ambientes que tornam os sons em imagens diabólicas e angelicais.

As palmas não pararam e fez dois encores. Depois do concerto sentou-se numa das salas da Casa da Música e à sua frente estava uma parede de vidro. Os fãs mais atentos tiveram a oportunidade de lhe fazer gestos de Adeus. Gestos que anseiam um regresso.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Trinacria e Audrey Horne



Sem entrar, ainda, em grandes pormenores deixo uma belíssima sugestão: Trinacria com Travel Now Journey Infinitely. Um projecto com elementos de Enslaved, banda que nos deixou um concerto memorável há pouco tempo em Barroselas, Fe-mail e Emmerhoff.

" The hard hitting sounds of cutting edge Norwegian Extreme Metal combined with contemporary Norwegian Noise’s finest makes for a unique blend. The result outdoes the sum of the products by far – Trinacria represents something unique on the music scene as a whole."
Fonte: Myspace oficial da banda

Outra sugestão não muito actual:
Audrey Horne (membros de Enslaved e Gorgoroth) apresentaram-nos no ano passado o segundo álbum Le Fol, um álbum que se calhar não teve muitos ouvidos postos em cima mas que não deixa de ser bom. Este é um projecto de hard rock com influências, como os próprios membros indicam, de Tool, Alice in Chains e Faith no More. Todo o álbum demonstra claramente fortes influências às bandas já referidas. Treshold descarrila para emoções toolísticas com contratempos de voz. O álbum é todo um conjunto de músicas que parecem ter estado guardadas há muito nas gavetas.
http://www.myspace.com/audreyhornemusic

sábado, 12 de abril de 2008

Quem são os After Chaos?


After Chaos é o nome de um projecto recente iniciado por um ilustre desconhecido no ano de 2006.
Da pouca informação que existe, sabe-se que R. Talhadas, baixista dos Pratyahara, inicia esta aventura para extravasar a criatividade noutra direcção. O resultado são quatro temas, ainda em versão demo, encaminhados para uma sonoridade envolvente onde a melodia é a matriz orientadora. Riffs divididos na cadência de um compasso em contratempo e um baixo bem presente a fazer lembrar o legado tooliano. Muito bom gosto e muito boas referências de uma banda que ainda não revelou todo o seu potencial.

A R.Talhadas (voz, baixo, guitarra, teclas e bateria) juntou-se outro membro, Ricardo Menezes (voz e guitarra).
Brevemente, segundo informação disponível no myspace dos After Chaos, serão adicionadas as versões finais dos temas já com voz.

visitar:
www.myspace.com/afterchaos

Ahoora: metal made in Irão


Os iranianos Ahoora vão editar, pela britânica Real2can records, o álbum homónimo gravado em 2006.
Depois de dois anos sem conseguirem uma editora que trabalhasse com eles e depois de várias obstáculos no país natal, o primeiro álbum vai ser lançado com distribuição mundial.
Para além de "Ahoora", têm também gravado "All in Blood With You" de 2007, ainda sem selo.

Os Ahoora fazem um metal competente que nos remete imediatamente para Iced Earth. Em alguns momentos é difícil não pensar em Jon Schaffer e nos seus riffs ultra-rápidos aos quais os iranianos não são indiferentes. De qualquer maneira não se pode dizer que sejam uma cópia dos norte-americanos, mas não há dúvida que os tomam como referência. São dotados de uma técnica e de uma capacidade de composição que lhes permite alguma diferenciação.

Desde 2001, ano de fundação, procuram um espaço no cenário musical repressivo iraniano. Depois da autorização dada pelo ministro da cultura (obrigatório a qualquer músico que queira trabalhar), compuseram alguns temas para apresentarem ao vivo. Na altura o set era repartido entre temas originais e versões de Metallica, Maiden, Sabbath e maioritariamente Iced Earth. Das primeiras datas marcadas, no mesmo espaço, em duas noites seguidas, apenas uma foi concretizada. O segundo dia foi cancelado pelas autoridades que o acharam inconveniente numa altura em que faltava uma semana para a eleição do presidente. Ainda assim, fizeram história, foram a primeira banda de metal no Irão que tocou ao vivo com voz. Dos poucos concertos de metal realizados no Irão, as bandas apenas eram autorizadas a tocar o instrumental.
Depois de vários concertos adiados e de algumas promessas para tocar no estrangeiro, que não aconteceram devido à politica severa no que toca a saídas do país, vêem nesta oportunidade a esperança de uma internacionalização.

Ahoora:
www.ahoora-band.com
www.myspace.com/ahooraband

terça-feira, 1 de abril de 2008

Soap and Skin



Uns acham que é pequena de idade e de tamanho. Outros comentam que uiva que nem um cão nos concertos. As franjas quase tapam os seus olhos fundos e inquietantes.
Começou a aprender tocar piano aos 6 anos e é filha de criadores de porcos. Uns anos mais tarde, nos seus ternos 13 anos, pensava deixar as teclas brancas mas o pai aconselhou-a a perdurar por mais um ano. Pouco tempo passou e acabou por deslumbrar-se pelo seu seu novo amigo piano.
Podem ouvir a voz da encantadora Anja Plaschg, mais uma menina que sabe provocar audiências.

http://www.myspace.com/soapandskin

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A neblina dos Scaffold Bird



Em meados de Dezembro de 2007 surgem os Scaffold Bird, uma banda portuguesa de Torres Vedras. Cláudio Lousada dos Significance convida Ricardo Matias dos Spiral Motion, com a intenção de formar um projecto folk. As influências que os dois partilhavam eram demasiadamente semelhantes para não tentar fazê-lo. Contudo, apesar de partilharem as mesmas ideias, foi num ensaio que decidiram, afirma Ricardo Matias, "enveredar pra onde nos sentíamos mais à vontade, o rock experimental".
Daniel Silva é também convidado para se juntar aos Scaffold Bird, sendo já amigo e baterista de versões, acabou por ser logo a primeira opção de Cláudio e Ricardo.

Neste fim de semana encontram-se com o produtor Pedro Moreira a gravar dois temas que vão constar no álbum, ainda sem nome, no Lounge Recordings (Torres Vedras).
Numa conversa com Ricardo, o guitarrista comenta que "é quase preciso um tractor para chegar aos estúdios", no entanto "a paisagem é inspiradora para gravar".

Aconselho a visitarem o myspace dos SB todos os que gostam e apoiam música experimental, abastecida de guitarras que arrepiam.
Soft Rain inicia-se com melodias simples que se arrastam, convergindo a voz de Cláudio na mesma atmosfera.
Acredito que esta banda, ainda muito recente, vai-nos fazer viajar muito.

http://www.myspace.com/scaffoldbird

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Virgin Black | Requiem - Fortissimo


"With 'Requiem - Fortissimo', Australian's Virgin Black exhumes the classic doom vibe of Candlemass, Trouble and Paradise Lost. The band’s rawest
and heaviest album to date!" - End Records

Uma analogia às três fases de evolução é a trilogia que os australianos Virgin Black apresentam numa longa duração de música (2:30h), com os Requiems. Os álbuns dividem-se em Requiem - pianissimo, Requiem - mezzo forte e Requiem - fortissimo.
Não podemos dividi-los uns dos outros como se os considerássemos trabalhos individuais. Quase que posso afirmar que os três contam uma história epopeica passadas no céu, terra e inferno.
Pianissimo tenta-nos com a sensibilidade de uma mulher que se reserva no céu, com medo de intentar desejos carnais e, por isso, é no céu que o seu puritanismo é colocado à prova. Este Requiem chora a frustração de não ter conseguido ficar por mais tempo resguardada neste lugar seguro. Um anjo expele-a com a orquestra revoltada e vai para onde mais receava ir, a terra.
Ouve-se um pranto enternecedor de um homem viúvo que chora a mulher num Requiem - Mezzo Forte. O sofrimento do viúvo refoge-se na voz da mulher e nas memórias que tem dela. Está sozinho no funeral e o corpo da mulher está estendido dentro de um caixão. O tempo passa e nunca foi capaz de o enterrar. Acaba por viver na capela e expulsar todos os que lá iam orar. A distorção alastra-se em doom pela sala, movida pela sombra de um homem possesso.
Agora são guitarras que choram, violinos inferiorizados pela voz do cadáver e, por fim, várias vozes que marcham. Ela diz que não volta mais e ele é dono do inferno.
Fortissimo não tem piedade, está pronto para odiar com voz gutural.

No site da End Records podem reservar Requiem - Fortissimo (clicar aqui)

http://www.myspace.com/virginblackofficial

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Gnu

"Ainda que atormentado por desejos carnais, este animal da savana lisboeta sujeita-se à condição de herbívoro ruminante. Porém, mastiga sem medo urtigas e cactos, para regurgitar sempre algo de novo. Bovino orgulhosamente solitário, só recorre à manada por alturas do cio. Entretanto, desbrava caminhos sem se preocupar com o que esconde o próximo arbusto: rock de popa, electrónica do deserto, metal do inferno, uma fanfarra, o desconforto, um leão ou David Attenborough.

O Gnu alimenta-se também dos sons indigestos de Aavikko, Young Gods, Mr. Bungle, Daft Punk, Death From Above 1979, Dengue Fever, Soft Machine, Dick Dale, Peter Thomas, Jean Jacques Perrey, Oingo Boingo, Melt Banana, Robert Wyatt, John Zorn, Lounge Lizards, Raymond Scott, Air, T. Power, Lionrock e Napalm Death." - Gnu myspace