domingo, 26 de agosto de 2007

Souvenirs d'un Autre Monde




















Neige
admitiu que não ouviu bandas pós rock ou do tipo que se enquadra ao género, já que agora inventa-se estilos para tudo, antes de gravar o seu primeiro álbum. Eu acredito. Souvenirs d'un Autre Monde pede-me todos os dias para cantar. Não há nada de mais puro, motivador e embrionário. Neige é o único nestes sons infindáveis que se encontra por vezes com a angelical voz de Audrey (Amesoeurs). Ouvimo-lo em todos os instrumentos envolvidos por mãos de criança. A sensibilidade de Souvenirs d'un Autre Monde não pertence aos ouvidos presos e frios, ele chama-nos sem sabermos. Na primeira instância sentimos um calafrio que há tanto esperávamos. Se há coisa que não gosto são os valores de avaliação que dão aos álbuns, mas este incontornavelmente vai ser guardado com distinção. É mesmo uma criança que nos toca uma viagem num outro mundo. Não há nada de mais belo. O primeiro álbum de Alcest é intenso demais para ouvi-lo de uma só vez. Anteriormente a banda conta com a demo Tristesse Hivernale de 1999 e com o ep Le Secret de 2005. Em Souvenirs reconhecemos o toque black metal que a guitarra e o baixo deixam esvoaçar logo na primeira faixa. O que torna Alcest tão especial é a aproximação atmosférica e melancólica de elementos que criam um ambiente único.
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sábado, 25 de agosto de 2007

as mudanças que o tempo traz

Lá se vai o tempo em que trocava cassettes com o meu melhor amigo e em que falávamos de música sem nos cansarmos porque tudo era mais difícil. As revistas mensais, os jornais semanais e fanzines faziam-nos ler durante horas sentados num banco de jardim, num de café ou até na própria sala de aula. Não se trata de pôr de parte o tempo de hoje, o da explosão da indústria da música, dos downloads e da mãe tecnológica que nos abre as mãos para tudo que queremos ver, ou quase tudo. O tempo de hoje é difícil porque requer demais. Ou ouvimos tudo e não ouvimos nada ao mesmo tempo ou seleccionamos realmente o que nos interessa. Falta o tempo de ouvir a voz de um amigo hilariante ao dizer que conseguiu gravar os dois minutos que faltavam do vídeo clip a acabar, ou uma entrevista que apanhámos por milagre no Viva zwei. Sinceramente é disso que eu sinto saudade. Hoje partilhamos de tudo e no fundo não partilhamos é nada.