quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Lucy and the Popsonics


E como a música no seu sentido mais amplo não deve restringir-se a um género, eu confesso que não preciso de ouvir isto com umas goladas de álcool em cima. Até porque tem a sua piada. Uma caixa de ritmos, uma miúda com voz revoltada e um outro que até gosta de passar os dias em casa a experimentar novos efeitos na pedaleira, incluem humor às letras . É música para rir e um tanto nonsense, o caso de Eu Quero Ser Seu Tamagotchi (é mais eu quero ser seu tamagocheee). Imaginem uma criança que faz uma letra com esferográfica cor de rosa, os "o" aos coraçãozinhos, um quarto empilhado de posters dos Clash, Pj Harvey, Mudhoney e até dos Velvet Underground (isto já sou eu a imaginar) e uma menina com cabeça de panda a dançar com umas sapatilhas verde fluorescente, são as várias imagens de que os garotos se vestem. É óbvia a ligação aos The Kills. A caixa electrónica nesta era não é mais elaborada do que nos 80, os casais juntam-se para fazer banda, começa a ser cardápio de meninas riot que querem brilhar na plataforma com um gajo qualquer de cabelo à la mode.
Os Lucy and the Popsonics gostam de divertir a plateia e já têm assinatura pela Pulsorama e Monstro Discos. Vêm do Brasil ao Lounge e depois Maus hábitos. Acho que ainda apareço por lá. Apetece-me saltar ao som de bolinhas às cores. Ah pois ... dias? hum...23 de Novembro Lounge e o a seguir nos Maus Hábitos.


Lucy and the Popsonics: myspace

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Mammatus no topo da montanha – The Coast Explodes


De uma paisagem de árvores, rochas, cercada de nuvens saem os Mammatus. O quadro data de 2005, a formação da banda. Tudo que contam tem uma história, cada instrumento é uma personagem.

Corralitos é um momento inesquecível não só por ser o lugar de onde a banda é natural, por coincidência ou não, como foi lá que o primeiro concerto abriu portas para tantos outros. Os concertos endurecem os pescoços dos fãs - afirmação da banda.

Sem dinheiro no mealheiro e sem editora gravaram quatro faixas numa garagem. As influências de Sabbath a Hawkind estavam ao rubro e em confluência instrumental o quarteto expande-se na atmosfera que os droga. Os Holy Mountain Records de São Francisco e os Rocket Records, Inglaterra, arregalaram os ouvidos e apostaram no auto intitulado álbum de 2006.

Em 2007 os profetas sobem de túnica à montanha com os amplificadores às costas, olham para o mar de longe para ver a costa a explodir. The Coast Explodes é uma homenagem à terra, ao mar, a tudo que existe e para lá do que existe. Em acordes acústicos e uma flauta celta chega-nos a história do mar que emerge das rochas num Pierce The Darkness. As nuvens, de onde a banda se inspirou para o nome, invadem o cenário para dinamizar os dedos dos difusores do rock psicadélico da nova temporada. Paragens de feedbacks harmonizam e esperam deslizes de notas. A bateria se acende e toques doom encorajam a voz que tenta acalmar o mar agitado. Não têm medo de ousar, o que importa é exprimir o que a fusão cerebral comanda. As vozes declaram a vitória da batalha e o mar se acalma. “A natureza tem que estar do nosso lado” é o que oiço em The Cost Explodes. Este trabalho de 2007 editado pela Holy Mountain, é uma obrigação de audição para quem gosta de stoner rock psicadélico.